quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Agosto de 1941: Hitler foi denunciado por programa de extermínio de pessoas com deficiência física e intelectual



A matéria abaixo foi extraída do site Opera Mundi.

História: Há exatamente 71 anos, Hitler foi denunciado por programa de extermínio de deficientes físicos e intelectuais. Mortes representavam uma antecipação das câmaras de gás de Auschwitz
No dia 3 de agosto de 1941, um domingo, algumas semanas após Alemanha e União Soviética entrarem em guerra, o bispo de Münster, na Renânia, denuncia publicamente o assassinato de deficientes físicos e intelectuais pelos nazistas.
O monsenhor Clemens-August von Galen, de 68 anos, exclamava: “É uma doutrina tenebrosa aquela que busca justificar a morte de inocentes, que autoriza o extermínio daqueles que não são mais capazes de trabalhar, dos enfermos, daqueles que soçobraram na senilidade… Será que temos o direito de viver só enquanto pudermos ser produtivos?”.
No começo do século XX, parecia legítimo que os seres humanos mais frágeis desaparecessem e abrissem espaço a seres mais bem preparados para sobreviver, em nome da seleção natural. É desse modo que são editadas em determinados Estados leis que permitiam esterilizar pessoas dadas como fracas de espírito ou deficientes.
Em 14 de julho de 1933, Hitler, por sua vez, publica uma lei sobre a esterilização dos deficientes intelectuais. Protestos houve somente do clero. Um decreto datado de 1º de setembro de 1939, exatamente no dia da deflagração da Segunda Guerra Mundial, prescrevia não mais somente esterilizar mas também levar à morte os deficientes, os marginais e os que apresentavam tendência permanente para a depressão. O pretexto era de liberar os leitos hospitalares para os futuros feridos de guerra.
Hitler confia toda a operação a Karl Brandt, seu médico pessoal, e a Philip Bouhler, médico-chefe da chancelaria. Eles se instalam sob o nome de codificado “Aktion T4”. Os funcionários do T4 experimentam diferentes meios de extermínio, começando com o veneno e depois descobrindo o gás. Num primeiro momento, encerram suas vítimas num local fechado e injetam o gás do escapamento de um caminhão.

Muito rapidamente, os procedimentos são aperfeiçoados. Em janeiro de 1940, uma quinzena desses infelizes são conduzidos para uma falsa ducha de chuveiro e asfixiados com o monóxido de carbono. Os cadáveres são em seguida incinerados. Seus familiares são avisados por carta da morte acidental do parente e convidados a recuperar as cinzas. Era uma antecipação das câmaras de gás de Auschwitz.
Em torno de 70 a 100 mil deficientes seriam dessa maneira assassinados em menos de dois anos. Porém, malgrado todos os esforços da administração, o segredo seria descoberto. A inquietação vai crescendo. Até dentro do próprio exército cresce a preocupação quanto ao destino dos feridos de guerra. Pastores protestantes começam a reagir.
O papa Pio XII intervém na questão em 15 de dezembro de 1940, condenando firmemente a eutanásia. Por fim, em 9 de março de 1941, o bispo católico de Berlim, von Preysing, denuncia “mortes batizadas de eutanásia”. Joseph Goebbels, chefe da propaganda, convence Hitler de não determinar a execução do bispo para evitar um conflito aberto com os cristãos de Münster. Finalmente, três semanas após o golpe de efeito do monsenhor von Galen, em 24 de agosto de 1941, Hitler decide suspender a “Aktion T4”.
Os mais de cem funcionários do T4, contudo, não ficam sem funções. Algumas semanas mais tarde, Heinrich Himmler, ministro do Interior e chefe supremo da SS, usa de sua expertise para pôr de pé o plano de eliminação física dos judeus. 

Mulheres com deficiência terão atendimento exclusivo em hospital



O Hospital‘Peróla Byington’ irá oferecer assistência ginecológica e psicológica. Atendimento será feito sempre no ultimo sábado do mês.

As mulheres que possuem algum tipo de deficiência física ouintelectual terão a partir deste sábado (28/07) um atendimento exclusivo e especial no hospital Pérola Byington, em São Paulo. O novo serviço oferece desde assistência ginecológica até acompanhamento com psicólogos e nutricionistas.
A estudante de Direito Edna Silva teve paralisia infantil e passou a maior parte da vida na cadeira de rodas. Aos 41 anos, é a primeira vez que vai ao ginecologista. “É difícil encontrar um ginecologista porque, nos postos de saúde, dão prioridade à gestante”, disse.
Já faz dois meses que ela está com um sangramento e conseguiu ser atendida no projeto Sábado sem Barreiras, dedicado a pessoas com deficiências físicas e mentais. O serviço foi inaugurado esta manhã pelo governador Geraldo Alckmin e pretende atender mil mulheres por ano.
As pacientes vão passar por consultas médicas e fazer exames como ultrassom, mamografia e papanicolau, usando equipamentos especiais. O atendimento será feito sempre no ultimo sábado do mês.
O fim de semana foi escolhido porque assim fica mais fácil para os parentes acompanharem o paciente. O foco não é tratar as deficiências, mas cuidar da mulher.
“Ela menstruou, ela teve vontade de ter relações, ela quis engravidar e, muitas vezes, isso não foi discutido, porque é uma forma de não-inclusão, porque, quando ela vem ao ginecologista, ela se liberta. Ela diz: ‘eu sou mulher como as outras’”, afirma Albertina Duarte Taquiute, coordenadora do Programa do Adolescente da Secretaria de Saúde e assessora da Organização Pan-americana de Saúde para Assuntos da Mulher.
O governo pretende ampliar o serviço, porque os exames periódicos são fundamentais para detectar doenças como câncer em seu estágio inicial, auxiliando o tratamento. “Pretendemos levar essa proposta para os demais serviços de saúde do governo. É um atendimento voltado à mulher com deficiência, com atendimento completo na área ginecológica, desde consulta com especialistas, exames, e, se precisar, cirurgia”, disse o governador paulista.
As consultas no programa Sábado Sem Barreiras serão sempre das 8h às 12h e devem ser agendadas pelo telefone   (11) 3248-8123.