terça-feira, 27 de março de 2012

A ESQUIZOFRENIA NA INFÂNCIA


Como detectar a esquizofrenia em crianças. A esquizofrenia é uma enfermidade médica que causa pensamentos e sentimentos estranhos e um comportamento pouco usual. É uma enfermidade psiquiátrica pouco comum em crianças, e é muito difícil ser reconhecida em suas primeiras etapas. O comportamento de crianças e adolescentes com esquizofrenia pode diferir dos adultos com a mesma enfermidade.
É uma desordem cerebral que deteriora a capacidade das pessoas para pensar, dominar suas emoções, tomar decisões e relacionar-se com os demais. É uma enfermidade crônica e complexa que não afeta por igual a quem sofre dela.

Estimativas da esquizofrenia
A esquizofrenia é uma enfermidade mental que afeta menos de 1% da população mundial, com independência de raças, civilizações e culturas. Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), afeta uns 52 milhões de pessoas em todo o mundo.
No Brasil, estima-se que 1,8 milhão de pessoas são afetadas por esta doença.

Como detectar a esquizofrenia nas crianças?

As esquizofrenias que aparecem antes dos Cinco anos, têm traços extremamente comuns ao autismo, e somente com uma evolução posterior, com o aparecimento de sintomas psicóticos, propriamente ditos, permitirá um diagnóstico certo. Antes dos 3 anos, o diagnóstico diferencial é muito improvável.
É praticamente impossível distinguir uma esquizofrenia de um autismo. Somente ficará esclarecido com o passar do tempo. A partir dos 5 anos o diagnóstico diferencial vai-se esclarecendo com a presença de sintomas psicóticos (alucinações, delírios) na esquizofrenia.
Mas podem-se notar alguns sinais de alerta nas crianças com esquizofrenia. O comportamento de uma criança pode mudar lentamente com o passar do tempo. Por exemplo, as crianças que desfrutavam, relacionando-se com outros, podem começar a ficar tímidas e retraídas, com se vivessem em seu próprio mundo. Às vezes começam a falar de medos e idéias estranhas. Podem começar a ficar obstinados pelos pais e a dizer coisas que não fazem muito sentido. Os professores podem ser os primeiros a perceberem esses problemas.

A esquizofrenia é hereditária?

Se na família houve outros antecedentes familiares de esquizofrenia, pode ser hereditária, mas numa porcentagem relativamente baixa (não supera os 25% de possibilidades), mas se a esquizofrenia desencadeou por fatores de estresse ambiental, ou por outras causas que não são genéticas, não há razão para herdá-la..

O que se deve fazer?

As crianças com esses problemas e sintomas devem passar por uma avaliação integral. Geralmente, essas crianças necessitam de um plano de tratamento que envolva outros profissionais. Uma combinação de medicamentos e terapia individual, terapia familiar e programas especializados (escolas, atividades, etc.) são freqüentemente necessários. Os medicamentos psiquiátricos podem ser úteis para tratar de muitos dos sintomas e problemas identificados. Estes medicamentos requerem a supervisão cuidadosa de um psiquiatra de crianças e adolescentes.

Formas de esquizofrenia

Nem todas as esquizofrenias são iguais, nem evoluem da mesma maneira. Uma vez realizado o diagnóstico, os profissionais as dividem em quatro:
- PARANÓIDE: É a mais frequente. Caracteriza-se por um predomínio dos delírios sobre o resto dos sintomas, em particular, delírios relativos a perseguição ou suposto dano de outras pessoas ou instituições para o paciente. O doente está desconfiado, inclusive irritado, evita a companhia, olha de relance e com frequência não come. Quando é questionado, dá respostas evasivas. Podem acontecer alucinações, o que gera muita angústia e temor.
- CATATÔNICA: É muito mais rara que a forma anterior, e se caracteriza por alterações motoras, seja por uma imobilidade persistente e sem motivo aparente ou agitação. Um sintoma tipico é a chamada obediência automática, segundo a qual o paciente obedece cegamente todas as ordens simples que recebe. 
- HEBEFRÊNICA: É menos frequente, e ainda que também podem dar-se a idéias falsas ou delirantes, o fundamental pode aparecer ants que a paranóide e é muito mais grave, com pior resposta à medicação e evolução mais lenta e negativa.
- INDIFERENCIADA: Este diagnóstico se aplica àqueles casos que sendo verdadeiras esquizofrenias não reúnem as condições de nenhuma das formas anteriores. Pode-se utilizar como uma “gaveta de alfaiate” em que se inclui aqueles pacientes impossíveis de serem definidos.

Tratamento da esquizofrenia

O tratamento dos processos esquizofrênicos podem ficar reservados para o psiquiatra. Requer o emprego de medicamentos difíceis de empregar, tanto pela limitação dos seus efeitos como pela quantidade de reações adversas que podem provocar. Em geral, os sintomas psicóticos antes citados, correspondem a dois grandes grupos: 
Sintomas "positivos", ou produtivos. Refere-se a condutas ou modos de pensamento que aparecem na crise psicótica, em forma auditiva (novas condutas se somam às existentes). São os delírios e as alucinações, fundamentalmente. Neste caso, a palavra “positivo” não tem conotações favoráveis; significa simplesmente que “algo se soma ou se acrescenta”, e esse “algo” (delírios, alucinações) não é, em absoluto, nada bom.
Sintomas "negativos", ou próprios da deterioração:  diminuição das capacidades com o aparecimento de sinais de fraqueza e debilidade. Distúrbios  psíquicos, perda de ânimo afetivo, dificuldade nas relações  interpessoais, incapacidade para  trabalhar, etc. São aos principais sintomas negativos.
Pois bem, os tratamentos básicos antipsicóticos (neurolépticos, eletrochoque) podem atuar mais ou menos sobre os “sintomas positivos”. Mas não temos nada que atue de forma brilhante sobre os “negativos”. Somente o emprego de alguns neurolépticos concretos ou de antidepressivos, a doses baixas, pode ser de alguma ajuda. Seu manejo exige muitíssimo cuidado, pois podem reativar uma fase aguda da esquizofrenia. O eletrochoque se reserva para os casos de baixa resposta aos neurolépticos, ou para quadros muito desorganizados com riscos físicos para o paciente (condutas auto-agressivas, por exemplo). Sua utilidade é na fase ativa, e somente para os sintomas “positivos”.  

Fonte :- American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (AACAP)

quarta-feira, 21 de março de 2012

DIA INTERNACIONAL DA SÍNDROME DE DOWN


Homenagem do Blog a todos envolvidos nesta causa. Pais, familiares, professores, voluntários e, principalmente a estas crianças e adolescentes que têm muito a ensinar a todos nos.

Vanderlan Oliveira

sexta-feira, 16 de março de 2012

Suposições e Percepções a respeito da Deficiência


Os quatro modelos
Na discussão internacional, as atitudes, suposições e percepções a respeito da deficiência são geralmente agrupadas em quatro modelos. As OPDs de todo o mundo têm procurado promover dois desses modelos: o social e o baseado nos direitos.
Modelo caritativo
O “Modelo Caritativo” da deficiência e as idéias associadas (Harris e Enfield, 2003, p. 172)
O Modelo Caritativo vê as pessoas com deficiência como vítimas da sua incapacidade. Dependendo da deficiência, as pessoas deficientes não podem andar, falar, ver, aprender ou trabalhar. A deficiência é vista com um déficit. As pessoas com deficiência não são capazes de se ajudar e de levar uma vida independente. A sua situação é trágica, e elas estão sofrendo. Logo, precisam de serviços especiais, instituições especiais, etc., porque são diferentes. Há que se ter pena das pessoas com deficiência, elas precisam da nossa ajuda, simpatia, caridade, é preciso tomar conta delas. Às vezes, as próprias pessoas com deficiência, normalmente aquelas que se sentem “incapazes” e têm baixa auto-estima, adotam este conceito.
Modelo médico
O “Modelo Médico” da deficiência e as idéias associadas (Harris e Enfield, 2003, p. 172)
O Modelo Médico (ou Individual) vê as pessoas com deficiência pessoas que têm problemas físicos que precisam ser curados. Isto impele as pessoas com deficiência para o papel passivo de pacientes. O objetivo dessa abordagem é “normalizar” as pessoas com deficiência, o que naturalmente implica que sejam, de um modo ou de outro, anormais. A questão da deficiência fica limitada à problemática individual: é a pessoa com deficiência que precisa ser mudada, não a sociedade ou o ambiente à sua volta.
De acordo com o modelo médico, as pessoas com deficiência precisam de serviços especiais, tais como sistemas de transporte especial e assistência social. É para isso que existem instituições especiais, por exemplo, hospitais, escolas especiais ou empregos protegidos onde profissionais como assistentes sociais, profissionais da saúde, terapeutas, professores de educação especial decidem e oferecem tratamento especial, educação especial e ocupações especiais.
Modelo social
O “Modelo Social” da deficiência e as idéias associadas (Harris e Enfield, 2003, p. 172)
O “Modelo Social” vê a deficiência como um resultado do modo como a sociedade está organizada. Como a sociedade não está bem organizada, as pessoas com deficiência enfrentam os seguintes tipos de discriminação e barreiras à participação (vide figura 7):
  • de atitude: expressa-se em medo, ignorância e baixas expectativas.
  • do meio: resulta na inacessibilidade física que afeta todos os aspectos da vida (lojas, prédios públicos, templos, etc.); e
  • institucional: são as discriminações de caráter legal. Pessoas com deficiências são excluídas de certos direitos (por ex., não poder casar e ter filhos), exclusão das escolas, etc.
Esses três tipos de barreiras tornam as pessoas com deficiência incapazes de assumir o controle das suas próprias vidas. De acordo com o modelo social, a deficiência não depende apenas do indivíduo, mas também do meio social, que pode ser limitador ou capacitador de várias maneiras. Alguém que usa cadeira de rodas poderá ser considerada deficiente se ainda for capaz de conduzir automóvel ou andar de motocicleta e se a sua casa, lugar de trabalho e outros edifícios forem acessíveis?
Integrar pessoas com deficiência significa superar diferentes tipos de barreira (STAKES, 2003, p. 29.)
O modelo baseado em direitos
O modelo baseado nos direitos e as suas associações
Este modelo é semelhante ao do modelo social. O seu foco incide no cumprimento dos direitos humanos, por exemplo: o direito a oportunidades iguais e à participação na sociedade. Logo, a sociedade precisa mudar para garantir que todos – inclusive as pessoas com deficiência – tenham oportunidades iguais para participar dela. É um fato indubitável que as pessoas com deficiência muitas vezes se defrontam com direitos humanos básicos negados, como, por exemplo, o direito à saúde (física e psicológica) ou o direito à educação e ao emprego. Portanto, a legislação e as políticas públicas têm que fazer desaparecer essas barreiras criadas pela sociedade. A abordagem baseada nos direitos diz que a assistência nessas áreas não é uma questão de humanidade ou caridade, mas sim um direito humano básico que todos podem reivindicar. Os dois elementos principais da abordagem baseada nos direitos é o empoderamento (empowerment, capacitação, fortalecimento dos meios de ação) e a responsabilidade (prestação de contas). Empoderamento refere-se à participação de pessoas com deficiência como partes interessadas ativas, enquanto que responsabilidade relaciona-se com o dever das instituições públicas em implementar esses direitos e justificar a qualidade e quantidade da sua implementação.
Aplicação dos modelos
Cada modelo descrito acima insere numa categoria as quatro maneiras das pessoas de classificar a “deficiência” e de ver os portadores de deficiência. Todo mundo usa um desses modelos ou uma mistura deles – consciente ou inconscientemente. Esses modelos influenciam a nossa maneira de pensar, de conversar e o nosso comportamento.


Coleridge, Peter (2001): Disability, Liberation and Development.
Publicado pela Oxfam. Oxford. è Capítulo 1: “Por que este manual é necessário?”.Mais informações
Harris, Alison e Sue Enfield (2003): Disability, Equality and Human Rights: A Training Manual for Development and Humanitarian Organisations. Publicação da Oxfam em cooperação com Action Aid on Disability and Development (ADD). Oxford. à Capítulo 1 sobre “Definição de deficiência” e capítulo 9 sobre “Deficiência e Igualdade na Prática”.
Disabled People South Africa (2000): Pocket Guide on Disability Equality: An Empowerment Tool. Disponível em: http://www.dpsa.org.za/documents/Pocket%20 (in the "Publications" section). Capítulo 1: “Disability, Definitions, Models and Terminology”.
Uma interessante discussão sobre as definições encontra-se no site da Disability Awareness in Action (DAA): Definition of Disability – A Briefing Paper.  

segunda-feira, 12 de março de 2012

ASPECTOS JURÍDICOS . De onde surge o direito à educação das pessoas com deficiência?


O que diz a Constituição Federal?

A nossa Constituição Federal elegeu como fundamentos da República a cidadania e a dignidade da pessoa humana (art. 1º, inc. II e III), e como um dos seus objetivos fundamentais a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3º, inc. IV).

Garante ainda expressamente o direito à igualdade (art. 5º), e trata, nos artigos 205 e seguintes, do direito de TODOS à educação. Esse direito deve visar o .pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (art. 205).

Além disso, elege como um dos princípios para o ensino, a .igualdade de condições de acesso e permanência na escola. (art. 206, inc. I), acrescentando que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um. (art. 208, V).

Portanto, a Constituição garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola. Toda escola, assim reconhecida pelos órgãos oficiais como tal, deve atender aos princípios constitucionais, não podendo excluir nenhuma pessoa em razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade, deficiência ou ausência dela.

Existe viabilidade prática em se receber TODOS os alunos?

Apenas estes dispositivos legais bastariam para que ninguém negasse a qualquer pessoa com deficiência o acesso à mesma sala de aula de crianças ou adolescentes sem deficiência. Mas o argumento que vem logo em seguida é sobre a impossibilidade prática de tal situação, principalmente diante da deficiência intelectual.

Assim, quando nossa Constituição Federal garante a educação para todos, significa que é para todos mesmo, em um mesmo ambiente, e este pode e deve ser o mais diversificado possível, como forma de atingir o pleno desenvolvimento humano e o preparo para a cidadania (art. 205, CF).

Fonte:http://arivieiracet.blogspot.com/2012/03/aspectos-juridicos-de-onde-surge-o.html

sexta-feira, 9 de março de 2012

Relatório Mundial sobre a Deficiência apresenta nove recomendações


O Relatório Mundial sobre a Deficiência reúne informações científicas disponíveis sobre a deficiência para melhorar as vidas das pessoas com deficiência. Seu objetivo é:

Prover aos governos e à sociedade civil uma análise abrangente sobre a importância da deficiência e as respostas oferecidas, baseada nas melhores evidências disponíveis.

Recomendar ações em âmbito nacional e internacional.

RECOMENDAÇÕES DO RELATÓRIO

Ainda que muitos países já tenham começado a realizar ações para melhorar as vidas das pessoas com deficiência, ainda resta muito a ser feito. As evidências elencadas por este Relatório sugerem que muitas das barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência são evitáveis e que as desvantagens associadas à deficiência podem ser superadas.

São nove as recomendações. A sua implementação requer o envolvimento de diferentes setores – saúde, educação, proteção social, trabalho, transporte, habitação – e diferentes atores – governos, organizações da sociedade civil (incluindo as organizações de pessoas com deficiência), profissionais, o setor privado, indivíduos com deficiência e suas famílias, o público em geral, o setor privado e a mídia.

É essencial que os países adequem suas ações aos seus contextos específicos. Onde os países estão limitados por restrições em seus recursos, algumas das ações prioritárias, particularmente aquelas que requerem a assistência técnica e a construção de capacidades, podem ser inclusas em um contexto de cooperação internacional.

Confira abaixo, um resumo das recomendações:

Recomendação 1: permitir o acesso a todos os sistemas e serviços regulares.

O processo de inclusão requer um comprometimento em todos os níveis– considerado através de todos os setores e construído no âmbito das legislações, padrões, políticas, estratégias e planos novos e existentes. A adoção do desenho universal e a implementação de adaptações razoáveis são duas abordagens importantes.

Recomendação 2: investir em programas e serviços específicos para pessoas com deficiência.

Além dos serviços regulares, algumas pessoas com deficiência podem requerer o acesso a medidas específicas, tais como a reabilitação, serviços de apoio, ou treinamento. A reabilitação e o treinamento vocacional podem gerar oportunidades no mercado de trabalho.

Recomendação 3: adotar uma estratégia e planos de ação nacionais sobre a deficiência.

Uma estratégia nacional sobre a deficiência estabelece uma visão consolidada e abrangente de longo prazo para a melhora do bem-estar das pessoas com deficiência, e deve cobrir tanto as políticas e programas regulares quanto os serviços específicos para pessoas com deficiência. O plano de ação operacionaliza a estratégia em curto e médio prazos ao estabelecer as ações concretas e os prazos para sua implementação, a definição das metas, a relação das agências responsáveis, e o planejamento e a alocação dos recursos necessários.

Recomendação 4: envolver as pessoas com deficiência.

Pessoas com deficiência geralmente possuem uma visão singular de sua deficiência e sua situação. Na formulação e implementação de políticas, leis e serviços, as pessoas com deficiência devem ser consultadas e ativamente envolvidas.

Recomendação 5: melhorar a capacidade dos recursos humanos.

A capacidade dos recursos humanos pode ser melhorada por meio da educação, treinamento e recrutamento efetivos. Uma revisão dos conhecimentos e competências dos funcionários em áreas relevantes pode oferecer um ponto de partida para o desenvolvimento de medidas apropriadas para sua melhoria.

Recomendação 6: oferecer financiamento adequado e melhorar a acessibilidade econômica.

O financiamento adequado e sustentável de serviços públicos prestados é necessário para assegurar que eles alcancem todos os beneficiários pretendidos e serviços de qualidade sejam oferecidos. Para melhorar a acessibilidade econômica de bens e serviços para pessoas com deficiência e para compensar os custos extras associados à deficiência.

Recomendação 7: aumentar a conscientização pública e o entendimento das deficiências

O respeito mútuo e a compreensão contribuem para uma sociedade inclusiva.

Portanto, é vital aumentar a conscientização sobre a deficiência, confrontar as percepções negativas, e representar a deficiência com justiça. Coletar informações sobre o conhecimento, crenças e atitudes sobre a deficiência pode ajudar na identificação de falhas na compreensão da opinião pública que podem ser corrigidas por meio da educação e da disseminação pública de informações.

Recomendação 8: aumentar a base de dados sobre deficiência

Internacionalmente, metodologias para a coleta de dados sobre as pessoas com deficiência precisam ser desenvolvidas, testadas em diversas culturas, e aplicadas consistentemente.

Os dados precisam ser padronizados e internacionalmente comparáveis

para estabelecer um ponto de referência e monitorar o progresso das políticas relacionadas à deficiência e da implementação da CDPD nacional e internacionalmente.

Recomendação 9: fortalecer e apoiar a pesquisa sobre deficiência

A pesquisa é essencial para o aumento da compreensão pública sobre questões relacionadas à deficiência, a oferta de informações para a elaboração de programas e políticas dedicados à deficiência, e para a alocação eficiente de recursos. Esse Relatório recomenda áreas para a pesquisa sobre a deficiência incluindo o impacto de fatores ambientais (políticas, ambiente físico, atitudes) sobre a deficiência e como mensurá-lo; a qualidade de vida e bem-estar das pessoas com deficiência; o que funciona para a superação das barreiras em diferentes contextos; e a efetividade e resultados de serviços e programas para pessoas com deficiência.

PARA ACESSAR A ÍNTEGRA DO RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE A DEFICIÊNCIA CLIQUE NO LINK ABAIXO:

quarta-feira, 7 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher: Acessibilidade Atitudinal Já!


O Dia da Mulher teve origem com as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, na Primeira Guerra Mundial. Após a Guerra e a Segunda Revolução Industrial, as indústrias incorporaram as mulheres para mão-de-obra, e devido as condições insalubres de trabalho, os protestos eram frequentes.
Por muito tempo, a data foi esquecida e acabou sendo recuperada somente com o movimento feminista nos anos 60. Atualmente, a data perdeu um pouco seu sentido original, e tem mais um caráter festivo e comercial.
Atualmente a participação das mulheres no mercado de trabalho tem aumentado, mas ainda são discriminadas. Infelizmente ainda vivemos numa sociedade machista. Se a mulher já sofre preconceito por ser mulher imagine quando essa mulher tem uma deficiência, ou é negra ou soropositiva.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Mau comportamento é fruto da educação dada pelos pais desde o berço


As práticas educativas parentais desde o nascimento dos filhos são responsáveis, em noventa por cento dos casos, por comportamentos inadequados como o bullying e a indisciplina escolar, defende em livro o investigador e psicólogo Luís Maia.
E Tudo começa no Berço, é o título do livro a ser lançado na segunda-feira, no qual o autor defende que é desde o nascimento da criança que se desenvolvem grande parte das suas características, positivas ou negativas.
"Perdoem-me pais, mas a culpa de muitos de nós não termos controlo sobre o comportamento dos nossos filhos, estou convencido, não é dos filhos, nem da sociedade: é nossa", escreve o autor alertando para a necessidade de os pais estarem mais presentes na vida dos filhos.
Partindo de exemplos práticos, Luís Maia pretende demonstrar como a desresponsabilização dos membros familiares e educadores próximos das crianças e adolescentes apenas contribui para a acomodação a uma sociedade desumanizada.
Então haverá ou não uma relação entre o comportamento das crianças e a forma como são educadas desde bebés? Na opinião do psicólogo, baseada em 20 anos de prática clínica, essa relação é bem evidente e manifesta-se em 90 por cento dos casos.
"Na minha opinião cerca de 90% da responsabilidade do comportamento inadequado das crianças e adolescentes está sedeado nas práticas educativas nos primeiros dias e anos da criança", disse em declarações à Lusa, adiantando que na maioria dos casos são os pais que precisam de ajuda para se reorientarem na educação dos seus filhos.
Luís Maia explica que nos milhares de casos que já atendeu, quando começa a investigar as causas dos comportamentos inadequados das crianças quer sejam de indisciplina escolar, de violência contra os pares ou de outras atitudes antissociais, na maioria das vezes os pais foram orientados percebendo que eram as suas práticas educativas que deveriam ser alteradas.
A má prática educativa, explicou, ocorre em todas classes socioeconómicas e mesmo em ambientes familiares normais quando por exemplo os pais se desautorizam em frente à criança, quando quebram rotinas ou quando delegam competências.
A sociedade, defende o autor em declarações à agência Lusa, desaprendeu a arte de educar os filhos e a comportarem-se em sociedade, delegando nas estruturas essa responsabilidade. Uma aposta que considera errada.
A educação desde o nascimento, diz, determina efetivamente o percurso de uma criança, porque "tudo começa no berço" à exceção de uma pequena minoria em que há de facto problemas no desenvolvimento ou distúrbios psicopatológicos.
O livro é baseado em vivências e casos reais, fruto da experiência do autor no acompanhamento de jovens e famílias.
Trata-se de um guia com informações dedicadas à boa aplicação da prática educativa, para pais, educadores, cuidadores, educadores de infância, professores dos mais variados níveis de ensino, psicopedagogos, psicólogos, técnicos de saúde mental, entre outros.


Fonte:
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=530497&tm=8&layout=121&visual=49

Entendendo os 10 mais destrutivos comportamentos humanos.


Ao longo do tempo, a raça humana já inventou muitas formas diferentes de destruir a si mesma. Muitos cientistas já se dedicaram a analisar algumas atitudes que as pessoas tomam, mas grande parte dessa área de conhecimento ainda permanece um mistério para muita gente. Esta lista com dez comportamentos destrutivos é uma tentativa de jogar alguma luz sobre este assunto.
10 – Mentira
Contar uma mentira não é tão fácil para quem não está acostumado: um estudo cronometrado concluiu que a mentira leva 30% a mais de tempo para ser falada do que a verdade. Outras pesquisas mensuram quantas vezes uma pessoa mente em um dia, um ano ou na vida inteira, por exemplo. Em uma destas investigações, feita por psicólogos da Universidade de Massachussets (EUA), 60% dos participantes foram flagrados mentindo pelo menos uma vez em uma conversa de dez minutos.
Mas ainda não está clara a origem da tendência à mentira. A maior parte dos psiquiatras a atribui a problemas de auto-estima: quanto mais baixa, maiores as chances do uso da mentira para mascarar a situação. Psicólogos de outra universidade americana, a Washington and Lee (Lexington, Virginia), afirmam que a definição de mentira já é algo impreciso. Para eles, a mentira depende de duas coisas: a pessoa que conta deve acreditar que sua frase é falsa, e deve estar com intenções claras de que o interlocutor a aceite como verdade. Se fugir desse perfil, já não pode ser chamada de mentira.

9 – Violência
Será que a violência só acontece quando existe um motivo? Ou o cérebro e genes do ser humano são condicionados a uma busca natural por ela? Muitos pesquisadores já acreditaram na segunda opção. Analisando a pré-história, nossos ancestrais tinham hábitos como canibalismo, por exemplo, mas pesquisas recentes indicam que eles eram mais pacifistas do que o homem atual.
No mundo animal também existe violência, quase sempre relacionada à luta por comida, parceiros sexuais ou território. Os seres humanos, em maior ou menor escala, apresentam essas mesmas características: estudos de 2008 mostram que existem áreas específicas no cérebro para esse fim.
Alguns psicólogos acreditam, por essa razão, que o ser humano é uma das espécies mais violentas do planeta: o mecanismo hormonal responsável por isso é ativado muito facilmente. Mesmo que a situação violenta não tenha uma relação aparente com o instinto de sobrevivência animal.

8 – Roubo

Já não é algo novo na sociedade a existência dos cleptomaníacos, pessoas que teriam tendência natural ao roubo. Um estudo com 43 mil pessoas descobriu que 11% admitiram já ter roubado uma loja pelo menos uma vez. Mas se esta atitude nem sempre é motivada por necessidade, é preciso que algum fator emocional a explique: a adrenalina da ação, por exemplo.
Uma pesquisa de 2009, conduzida pela Universidade de Minnesota, os participantes foram ministrados ou com um placebo ou com doses de naltrexona, um fármaco que reduz a compulsão por álcool e outros vícios, como drogas e jogo. E o teste mostraria que a substância reduz também a compulsão ao roubo, ou seja, ele também seria uma espécie de vício nocivo instalado em nossas mentes.
Fatores neurológicos à parte, também já foi registrado o ato de roubar no mundo animal. Algumas espécies de macaco usam truques para chamar a atenção dos rivais, tirá-los do lugar onde vivem e roubar a comida deles durante a ausência.

7 – Traição
Por que o ser humano, já tendo escolhido um parceiro conjugal, continua sujeito à tendência de procurar outra pessoa? Em cada cinco americanos, um acha que a traição é moralmente aceitável ou que essa atitude nada tem a ver com moral. Alguns estudos lançam um paradoxo: são justamente as pessoas com mais integridade moral, em teoria, que tendem a trair mais.
E qual seria o motivo? Psicólogos explicam que é justamente porque tais pessoas tiram a traição conjugal da esfera da ética. Em alguns casos, alguma condição ou atitude do parceiro traído seria justificativa suficiente para isso. Fatores de gênero e poder também estão envolvidos nessa balança, mas muitos aspectos sobre a traição continuam obscuros.

6 – Vícios
Todos os fumantes sabem, atualmente, que estão fazendo mal a seus pulmões, e mesmo assim fumam. Mas talvez isso não se explique apenas pela dependência química que a nicotina causa no corpo: fatores psicológicos podem levar as pessoas a manter este e outros maus hábitos de vida. Por que, apesar da consciência do mal, as pessoas buscam justificar suas atitudes (dizendo coisas como: minha avó tem 90 anos e fumou a vida inteira)?
Uma psicóloga canadense, da Universidade de Alberta, elencou cinco razões além da biologia para afirmar porque as pessoas não largam seus vícios. Seriam elas: rebeldia interna natural, necessidade de ser aceito socialmente, incapacidade de realmente compreender os riscos do vício, visão egocêntrica de mundo (algo como não se preocupar com as pessoas que vão sofrer se você morrer) e predisposição genética.

5 – Bullying
A palavra que entrou na moda em um passado recente, no Brasil, serve para explicar uma atitude muito antiga: a discriminação. No caso de crianças, psicólogos ainda divergem sobre a origem deste comportamento entre os dois ambientes que elas freqüentam: a família e a escola. A maioria dos educadores acredita que a influência comece em casa, mas em ambos os cenários a criança encontra condições sociais para praticar o bullying.
É claro que esta atitude não se limita às escolas: uma pesquisa afirmou que 30% dos profissionais norte americanos já passaram pela experiência da discriminação no trabalho. Tomando o bullying como uma condição psicológica do ser humano, a maioria dos profissionais acredita que esteja relacionado a questões de status e poder: quando humilhamos uma pessoa, nos colocamos em patamar superior perante o grupo.

4 – Alterações artificiais no corpo
Quem nunca fez tatuagem já deve estar cansado de ouvir histórias de como é dolorido e de como foram sofridas as horas que a pessoa passou na cadeira da loja para imprimir um desenho na própria pele. Mesmo assim, essa e outras várias mudanças artificiais no corpo continuam atraindo muitos interessados e estão cercadas de fascinação.
Cirurgias plásticas no rosto e no corpo, implantes e adereços pelo corpo fazem parte da história moderna do ser humano. Psicólogos não negam que a principal razão seja mesmo a busca pela beleza e para se ficar mais apresentável na sociedade. Mas não seria apenas isso. A questão, conforme especialistas afirmam, não está apenas na pessoa se sentir bem perante os outros, e sim consigo mesma. Mas uma coisa, obviamente, está ligada à outra.

3 – Stress
Será que as pessoas têm a escolha de se estressar ou não diante da vida que levam? Muitos estudos já comprovaram que ele piora a saúde em todos os sentidos e podem levar o corpo a um precoce ataque cardíaco ou um até um câncer.
O ambiente do trabalho sempre foi tomado como a maior fonte de stress. E a tecnologia moderna representou, conforme explicam os pesquisadores, uma ameaça em potencial: quanto mais celulares e laptops nós temos, menor fica a linha que separa o trabalho do descanso: levamos trabalho para casa, temos menos tempo para relaxar e acabamos nos estressando mais. As velhas dicas de bom sono, boa alimentação e exercícios físicos regulares ficam cada vez mais válidas diante desta situação.

2 – Jogo
Não é apenas o ser humano que tem uma impulsão natural a apostar: até os macacos o fazem. Um experimento concluiu que os primatas se sujeitaram a testes contínuos para conseguir um prêmio, no caso uma tigela de suco de frutas. E se tinham a oportunidade de conseguir um pouco mais, mesmo arriscando perder o que já tinham, eles tentavam. Mas como surge essa tendência?
Psicólogos afirmam que o nosso cérebro tente a acreditar nas próprias vitórias. Logo, quando a gente vence por muito pouco, não pensa nisso como uma quase-derrota e que as chances de perda eram muito maiores do que a de ganho. Pensamos que a vitória deve ser repetida, por isso vamos novamente ao jogo sem pensar nas consequências. Muitas histórias de fortunas perdidas em cassinos, por exemplo, foram motivadas por este simples mecanismo mental.

1 – Fofoca
O que a vida alheia tem de tão interessante, que nos torna atraídos a falar dela várias vezes e com muitas pessoas? As fofocas criam laços pessoais. Ela é usada socialmente, conforme explicam os especialistas, para aproximar duas pessoas que não gostam de uma terceira.
Os psicólogos pensam na boataria como um dos fatores mais destrutivos porque ela está atrelada a outros: quem fofoca nem sempre tem compromisso com a verdade, e a vida dos outros pode ganhar uma versão totalmente distorcida na boca do interlocutor. [LiveScience]

Fonte: