"O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente." Zen-Budista
segunda-feira, 2 de maio de 2011
PROGRESSÂO CONTINUADA
Como avaliar o conhecimento? É possível quantificar o conhecimento adquirido? São perguntas complexas para serem respondidas em um blog, mas servem para refletir sobre a progressão continuada, ou pelo menos para embasar a discussão.
Quando falamos em progressão continuada dialogamos com as teorias sobre aquisição do conhecimento. Elas dizem que um conhecimento não pode ser quantificado ou qualificado, ele é tecnicamente abstrato. Digo tecnicamente, pois o conhecimento pode ser concretizado em ações.
Precisa ter utilidade? Precisa. Você aprende abrir uma torneira porque precisa abrir uma torneira. Você aprende a mexer no celular de última geração porque não pode ficar sem o celular.
Aprender, conhecer, sempre vai te acrescentar mais. O conhecimento aprendido (preso consigo) vai dialogar com outros conhecimentos já adquiridos e vai se expandindo. Ele nunca vai ficar em caixinhas separadas por disciplinas ou por séries/anos.
E o aproveitamento do conhecimento? Você nunca vai aproveitar 100% do que você leu, ouviu, viu ou viveu. Você faz um recorte do que é importante para você, para sua aplicação.
E o que isso tem haver com progressão continuada?
Se o conhecimento não pode ser quantificado ou qualificado, e se aprender depende de quem está experimentando o conhecimento, você não pode dizer que o aluno X aprendeu mais que o aluno Y, assim, o X está aprovado e o Y reprovado. O aluno deve ter a dificuldade diagnosticada e trabalhada para aprimorar o que sabe e o que precisa saber.
O conhecimento deve ser trabalhado num movimento espiral, sempre recapitulando o que já foi visto e ampliando. Sempre – SEMPRE – dando sentido. A recuperação dentro deste contexto deve ser uma constante.
Mas na realidade…
A realidade é outra: disciplinas que não dialogam, recuperação que não existe e avaliações que procuram classificar o aluno como apto ou não por meio de médias aritméticas. Alias, médias aritméticas que nada tem haver com a proposta de aquisição do conhecimento.
O que eu quero deixar claro é que não sou contra a progressão continuada desde que ela tenha suporte para funcionar como deveria. É claro que para ela funcionar,a escola tem que mudar e o governo tem que amparar a mudança. Iria até mais longe, diria que seria uma mudança cultural na sociedade para que ela funcionasse.
Enquanto o governo chamar de progressão continuada o que nós professores conhecemos muito bem como aprovação automática não tem como o sistema funcionar. Vai continuar sendo marketing político e mudando de nome a cada 4 anos.
FONTE:http://opatifundio.com/glossolalia/?p=314
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