"O Mestre na arte da vida faz pouca distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente." Zen-Budista
sexta-feira, 3 de junho de 2011
FALTA FUNDAMENTAÇÃO DIDÁTICA NO ENSINO DE MATEMÁTICA
A Matemática sempre foi uma das disciplinas mais temidas nas escolas. Felizmente, muitos professores e pesquisadores têm se dedicado a estudar como as crianças aprendem esses conceitos – que são essenciais para a vida de todos nós.
O baixo desempenho dos alunos em Matemática é uma realidade em muitos países, não só no Brasil. A má fama da disciplina se deve, segundo a especialista argentina Patrícia Sadovsky, à abordagem superficial e mecânica realizada pela escola. Falta formação aos docentes para aprofundar os aspectos mais relevantes, aqueles que possibilitam considerar os conhecimentos anteriores dos alunos, as situações didáticas e os novos saberes a construir. A pesquisadora defende que é preciso aumentar a participação das crianças na produção do conhecimento, pois elas não suportam mais regras e técnicas que não fazem sentido. O caminho é um só e passa pela prática reflexiva e pela formação continuada.
Segundo a pesquisadora, há muitos fatores envolvidos no baixo desempenho, pois a Matemática é apresentada sem vínculos com os problemas que fazem sentido na vida das crianças e dos adolescentes. Os aspectos mais interessantes da disciplina, como resolver problemas, discutir ideias, checar informações e ser desafiado, são pouco explorados na escola. O ensino se resume a regras mecânicas que ninguém sabe, nem o professor, para que servem.
A Matemática que os professores utilizam para ensinar exatamente esses conceitos básicos, carece de fundamentação. Falta ênfase no ensino da disciplina e aprofundamento para estabelecer relações matemáticas.
O ensino da Matemática precisa ter como base a participação ativa, direta e objetiva da criança na elaboração do conhecimento que se quer que ela aprenda. Estudar só faz sentido se for para ter uma profunda compreensão das relações matemáticas, para ser capaz de entender uma situação problema e pôr em jogo as ferramentas adquiridas para resolver uma questão. O aluno que não domina um conhecimento fica dependente do que o professor espera que ele responda.
O profissional de hoje precisa ter uma postura reflexiva, capaz de mostrar que não basta abrir um livro didático em sala de aula para que as crianças aprendam. O trabalho intelectual do professor requer a tomada de decisões particulares e coletivas baseadas em uma sólida bagagem intelectual.
O principal problema dos professores é a formação insuficiente. Não discuto se ela é boa ou ruim, mas tenho certeza de que é insuficiente porque os conteúdos são, hoje, mais complexos. Há 40 anos, esperava-se que um professor de Matemática ensinasse cálculos. Hoje as calculadoras fazem essa tarefa e a sociedade espera desse professor outras competências que possibilitem a formação de crianças autônomas, capazes de ler diferentes formas de representação e de elaborar ideias para novos problemas, além daqueles abordados em sala de aula.
(Compilado do texto “Falta fundamentação didática no ensino da Matemática” – Revista Nova Escola Especial sobre Matemática – Julho de 2007, p. 8, 9 e 10)
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