O menino nasceu
Com a pele da cor do breu,
Da cor do carvão apagado...
Tinha, no rosto,
O nariz achatado,
Os lábios grossos,
O cabelo do tipo carapinha...
Ah! Que a sua sina
Não seja igual a minha
Que nasci assim também.
Desde pequeno
Alguns me tratavam
Com desdém,
Julgavam-me pertencer
A uma raça inferior
Só pelo fato
Deu trazer na cor
O estigma dos escravizados.
Cresci ouvindo
Insinuações racistas,
Às vezes diretas, explícitas,
Mas, na maioria das vezes,
Ditas veladamente
Num tom de brincadeira inocente
Que não escondia
A intenção discriminatória.
Ao longo da história
Da minha vida,
A discriminação atrevida
Sempre se fez presente.
Pilhérias, gestos,
Comparações maledicentes
Que deixavam a minha alma ferida:
"Preto quando não faz
Na entrada faz na saída!"...
Outras vezes,
A argúcia mais cruel
Umdecia-me os olhos,
Calava a minha voz na garganta:
"Maldita seja
A princesa Isabel!"...
"Ele é um preto
Mas tem a alma branca!"...
Nesta sociedade hipócrita
Que segrega mas nega
Que comete este ato,
Eu, embora meu nariz chato,
E a pele que me veste
Preta como o véu das noites,
Fiz-me um homem de bem
Mesmo em meio aos açoites
Da chibata do preconceito.
Olhei para o menino
Que dormia no leito,
Pro seu cabelo carapinha,
E desejei que a sua sina
Não fosse igual a minha,
Que crescesse e vivesse
Numa sociedade igualitária,
Sem a discriminação arbitrária
Que segrega as criaturas
Pela cor da pele...
Que vivesse sem o peso
Da herança da escravatura,
Que não trouxesse
Na alma a amargura
Pelo nosso vergonhoso degredo,
Que se orgulhasse, enfim, de ser negro...
Como se tivesse me entendido,
No leito, o recém-nascido,
Contemplou-me com um sorriso seu...
Então, lhe disse, carinhosamente:
- Você viverá num mundo diferente
Onde todos serão iguais,
Menino da cor do breu!...
Este poema mostra que o homem mesmo sendo negro, convivendo com aquelas humilhações, pode superar e ser um bom homem.E que este homem esta passando adiante, no caso para o menino, que eles tem que superar este problema, que no futuro terá de acabar.
Com a pele da cor do breu,
Da cor do carvão apagado...
Tinha, no rosto,
O nariz achatado,
Os lábios grossos,
O cabelo do tipo carapinha...
Ah! Que a sua sina
Não seja igual a minha
Que nasci assim também.
Desde pequeno
Alguns me tratavam
Com desdém,
Julgavam-me pertencer
A uma raça inferior
Só pelo fato
Deu trazer na cor
O estigma dos escravizados.
Cresci ouvindo
Insinuações racistas,
Às vezes diretas, explícitas,
Mas, na maioria das vezes,
Ditas veladamente
Num tom de brincadeira inocente
Que não escondia
A intenção discriminatória.
Ao longo da história
Da minha vida,
A discriminação atrevida
Sempre se fez presente.
Pilhérias, gestos,
Comparações maledicentes
Que deixavam a minha alma ferida:
"Preto quando não faz
Na entrada faz na saída!"...
Outras vezes,
A argúcia mais cruel
Umdecia-me os olhos,
Calava a minha voz na garganta:
"Maldita seja
A princesa Isabel!"...
"Ele é um preto
Mas tem a alma branca!"...
Nesta sociedade hipócrita
Que segrega mas nega
Que comete este ato,
Eu, embora meu nariz chato,
E a pele que me veste
Preta como o véu das noites,
Fiz-me um homem de bem
Mesmo em meio aos açoites
Da chibata do preconceito.
Olhei para o menino
Que dormia no leito,
Pro seu cabelo carapinha,
E desejei que a sua sina
Não fosse igual a minha,
Que crescesse e vivesse
Numa sociedade igualitária,
Sem a discriminação arbitrária
Que segrega as criaturas
Pela cor da pele...
Que vivesse sem o peso
Da herança da escravatura,
Que não trouxesse
Na alma a amargura
Pelo nosso vergonhoso degredo,
Que se orgulhasse, enfim, de ser negro...
Como se tivesse me entendido,
No leito, o recém-nascido,
Contemplou-me com um sorriso seu...
Então, lhe disse, carinhosamente:
- Você viverá num mundo diferente
Onde todos serão iguais,
Menino da cor do breu!...
Este poema mostra que o homem mesmo sendo negro, convivendo com aquelas humilhações, pode superar e ser um bom homem.E que este homem esta passando adiante, no caso para o menino, que eles tem que superar este problema, que no futuro terá de acabar.
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