sábado, 30 de julho de 2011

A ESCOLA DOS BICHOS


Rosana Rizzuti
 
Conta-se que vários bichos decidiram fundar uma escola. Para isso reuniram-se e começaram a escolher as disciplinas.
O Pássaro insistiu para que houvesse aulas de
vôo. O Esquilo achou que a subida perpendicular em árvores era fundamental. E o Coelho queria de qualquer jeito que a corrida fosse incluída.
E assim foi feito, incluíram tudo, mas...
cometeram um grande erro. Insistiram para que todos os bichos praticassem todos os cursos oferecidos.
O Coelho foi magnífico na corrida, ninguém corria como ele. Mas queriam ensiná-lo a voar.
Colocaram-no numa árvore e disseram: "Voa,
Coelho". Ele saltou lá de cima e "pluft"...
coitadinho! Quebrou as pernas. O Coelho não
aprendeu a voar e acabou sem poder correr também.
O Pássaro voava como nenhum outro, mas o
obrigaram a cavar buracos como uma topeira.
Quebrou o bico e as asas, e depois não conseguia voar tão bem, e nem mais cavar buracos.
SABE DE UMA COISA?
Todos nós somos diferentes uns dos outros e cada um tem uma ou mais qualidades próprias dadas por DEUS.
Não podemos exigir ou forçar para que as
outras pessoas sejam parecidas conosco ou tenham nossas qualidades.
Se assim agirmos, acabaremos fazendo com que elas sofram, e no final, elas poderão não ser o que queríamos que fossem e ainda pior, elas poderão não mais fazer o que faziam bem feito.
RESPEITAR AS DIFERENÇAS É AMAR AS PESSOAS COMO ELAS SÃO.

O que esperar da escola do futuro?


Por: Deroní Sabbi
Estamos vivendo um momento de mudanças na área da educação. Está em execução um projeto do governo federal que beneficia milhares de escolas brasileiras com financiamentos a longo prazo, com juro baixo, destinando oito computadores/notebooks a cada escola, facilitando aos professores ter acesso a esta nova tecnologia a prestações em torno de cem reais. Isto reflete uma época em que os computadores cada vez mais acessíveis, a ampliação do acesso à Internet e a criação de novos jogos eletrônicos educativos, especialistas defendem que os docentes retomem um modelo pedagógico iniciado há mais de dois mil anos e os professores. 
Se a informação no universo tecnológico está a um clique, o professor pode desaparecer? Na opinião de especialistas, a resposta é negativa. - O futuro abrirá oportunidades para os professores. Vivemos num contexto de aprendizagem permanente. As pessoas terão de estudar a vida toda - prevê o sociólogo Pedro Demo. 
Para participar desse novo mundo, o docente deverá superar a resistência às tecnologias. 
- Não adianta a escola ter equipamentos supermodernos se o professor não for preparado para gerenciar essas novas situações de aprendizagem. Quando surgiu a televisão, muitos disseram: "é o fim da cultura". Com a Internet, é a mesma coisa. Em vez de amaldiçoá-la, precisam aproveitá-la ao máximo. O desafio dos novos docentes é fazer com os estudantes ganhem autonomia para usar os recursos modernos. Mutos especialistas em educação acreditam que o interesse pela escola se restabelecerá quando os professores deixarem de apenas transmitir conteúdos e orientarem os alunos para que descubram o conhecimento por si próprios. O professor terá de despertar no estudante o desejo de pesquisar na Internet, de ir a campo para pesquisas e discutir com a turma - seja na sala de aula ou por meio de um programa de mensagens instantâneas como o MSN. Este método foi usado pelo filósofo grego Sócrates - quase cinco séculos antes do nascimento de Cristo - para estimular o aprendizado de seus discípulos, diz Jailson Valin em recente artigo publicado em ZH. “Não precisamos mais de um professor que copia, que repete, que é um papagaio, porque a parabólica e o DVD já fazem isso” - diz Pedro Demo, docente do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília e autor do livro Professor do Futuro e Reconstrução do Conhecimento. Eles concordam com muitos especialistas acham que com uso da Internet, alunos superam o desempenho esperado, que dizem: - Sempre que pesquisam na Internet, eles descobrem mais do que a gente pede. Nem sempre se precisa de máquinas para que os estudantes se envolvam no aprendizado: uma visita à Serra para estudar o relevo também permite que eles façam descobertas. Precisamos nos sintonizar com o mundo deles. Muitos professores já fazem isto, e já utilizam o laboratório de informática da escola buscando uma adaptação às novas possibilidades do ensino. 

É claro que o professor deve conhecer e estar familiarizado o suficiente com a internet para conduzir o processo e evitar o mau uso das tecnologias, mas isto não tira o seu valor nem deixa de ampliar suas posssibilidades. Algumas tendências a respeito da escola do futuro já referidas por especialistas como Silvia Fichmann, coordenadora de laboratório da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo (USP), Pedro Demo, professor do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília, Hamilton Werneck, pedagogo, Gabriel Perissé, doutor em Filosofia da Educação, Nihad Bassis, especialista em projetos educacionais baseados em tecnologia, José Manuel Moran, especialista em avaliação de cursos à distância, Nelsi Müller, secretária da Educação do estado do RS - prevêem que a escola continuará sendo o principal espaço para atividades de educação, mas empresas e outros locais ampliarão a oferta de aulas. Cursos e lições à distância ganharão impulso com a popularização da Internet e atenderão especialmente adultos. Quanto mais jovem o aluno, mais tempo ficará dentro da sala de aula para aprender a conviver em grupo. Em vez da abordagem de disciplinas de forma isolada, os assuntos terão o enfoque interdisciplinar, como ocorre hoje com os temas que transcendem uma única matéria. As escolas, por orientação do Ministério da Educação, escolhem temas, como trânsito, por exemplo, e procuram tratá-lo em diversas disciplinas. As aulas se desenvolverão a partir de bases principais, nas quais se encaixarão as atuais matérias: a filosofia, para estimular o pensamento e a criatividade, a linguagem, para que o aluno aprenda a se comunicar, e matemática, para desenvolver o raciocínio lógico. Estas tendências apontam que em vez de evoluir por séries ou semestres, o estudante terá a oportunidade de escolher mais cursos conforme seu perfil até completar o número mínimo de horas. Esse processo se intensificará a partir do Ensino Médio. Haverá aulas expositivas, nas quais o professor dialogará com os alunos, mas o estudo será focado na troca de experiências e na realização de pesquisas online. O professor estimulará a organização de projetos para que o estudante desenvolva habilidades consideradas fundamentais no início do novo milênio. O objetivo é que ele identifique problemas, pesquise, tome decisões e se comunique com eficácia. Em vez de estudar em um espaço fixo, o estudante se deslocará para diferentes laboratórios, conforme a lição e os recursos tecnológicos necessários a um determinado aprendizado. O Professor terá um novo papel, que vai além de apenas transmitir conhecimentos. Ele orientará e motivará os alunos. Os alunos acompanharão lições por meio de recursos audiovisuais, em vez do tradicional quadro-negro. Eles passarão a freqüentar ambientes virtuais, onde farão simulações. Por meio delas, o estudante reviverá situações históricas, participará de julgamentos em tribunais ou até se transformará num personagem de um romance, como num jogo educativo tipo RPG, por exemplo. Os alunos e professores usarão tecnologias semelhantes ao E-mule, Torrent ou Kazaa, que permite a troca de músicas e videos pela Internet, para a comunicação virtual. Pelo sistema, compartilharão informações e aplicativos. Os estudantes terão a chance de rever uma aula, disponível em vídeo, para revisar conteúdos. Também poderão consultar centros de materiais educacionais, que terão atendimento online de tira-dúvidas e oferecerão aos professores o aluguel de salas virtuais ou laboratórios específicos. Os livros didáticos perderão importância, mas não desaparecerão. Servirão como uma referência para consulta. Os professores, com a participação dos próprios alunos, avaliarão muito mais processos do que resultados. Tudo isto pode parecer assustador para alguém que utiliza métodos que mudaram pouco através de muitos séculos mas agora marcham aceleradamente. Exige do docente uma boa dose de flexibilidade e abertura, pois para acompanhar estas mudanças precisa dia a dia reambientar-se num mundo de novos procedimentos, novos recursos que é preciso ir dominando passo a passo numa atitude predisposta para uma transformação positiva.

LENDAS INDIGENAS IV


Matinta Perera

Ao ouvir durante a noite nas imediações da casa um estridulante assobio, o morador responde:

- Matinta, deixa a gente descansar e amanhã podes passar aqui para pegar tabaco.

No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo. A cena descrita podia acontecer nos subúrbios de Belém, há alguns anos, ou ainda hoje, no interior do Pará e de toda a Amazônia.

Matinta Pereira, Matinta Perera, Mati-Taperê, Mat-taperê, Matim-Taperê, Titinta-Pereira são algumas formas de grafar este mito que se apresenta principalmente como sendo uma velha acompanhada de um pássaro. O pássaro emite um assobio agudo, à noite, que perturba o sono das pessoas e assusta as crianças, ocasião em que se promete tabaco ou fumo (aparece como promessa principal) mas que também pode ser alimento. A velha, uma pessoa idosa do lugar, carregaria a sina de "virar" Matinta Perera, ou seja, à noite transformar-se em ser indescritível, a meter medo e assombrar as pessoas. O mito da Matinta Perera chegou a ser confundido com o do Curupira, do Caapora e do Saci. A Matinta Perera pode ser de dois tipos: com asa e sem asa. A que tem asa pode transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar onde mora. A que não tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e identificado como sendo "rasga-mortalha". Dizem que a Matinta, quando está para morrer, pergunta: Quem quer? Quem quer?

E se alguém mais afoito, principalmente mulher, disser "eu quero", pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóias, recebe na verdade a sina de "virar" Matinta Perera. Embora a grande maioria de registros informe que a Matinta Perera é mulher, existe pelo menos uma história passada em Inhangapi em que a Matinta Perera era um homem, por sinal um negão forte e musculoso.

Há fórmulas mágicas que permitem "prender" a Matinta Perera. Um deles exige uma tesoura virgem, uma chave e um terço. Cerca de meia noite deve-se abrir a tesoura, enterrar na área, colocar no meio a chave e por cima o terço, após o que rezam-se orações especiais. A Matinta Perera ficará presa ao local, não conseguindo afastar-se...

No livro "Visagens e Assombrações de Belém" o escritor narrou a história "A Matinta Perera do Acampamento", ocorrida na década de sessenta, na qual uma Matinta Perera foi presa pela fórmula e levada pelos habitantes ao Posto Policial do bairro da Pedreira, onde foi feita a acusação de que a mulher "virava" Matinta Perera, ante os policiais incrédulos. Mas naquela época - como até hoje - não se configurava como crime previsto em lei "virar" Matinta Perera, e a mulher ganhou a liberdade, voltando como vingança, a azucrinar a paciência dos moradores do Acampamento com seus estridulantes assobios

LENDAS INDIGENAS III


Curupira, um semi Deus

Todas as civilizações tiveram ou têm a sua cosmogonia, através da qual interpretam a realidade e se relacionam com ela. São as explicações para as origens do universo, da vida e na natureza como um todo, recheadas de lendas e mitos. Esses personagens e histórias, em geral, são didáticos, estabelecem regras e normas de comportamento. Os índios brasileiros, por exemplo, têm uma concepção do universo que privilegia a natureza, sua fonte de sustento. O homem é incluído nela como parte integrante, em condições de igualdade, sem privilégio. Algumas tribos acreditam que Tupã, depois de criar o universo, criou os semi-deuses, o homem e outras criaturas com as quais povoou a Terra. Tupã criou também o Mundo superior, onde habitam os deuses e os bons, e o Inferior; onde ficam os maus e os seres demoníacos. Anhangá, por exemplo, é um deus maldito, cheio de ódio em seu coração, enviado para o mundo Inferior. Entre as criaturas que Tupã espalhou pela Terra estão o Curupira, um semi-deus que protege as florestas e a natureza da ação destrutiva dos homens. O Curupira é uma criatura baixinha e de cabelos de fogo. Sua lenda revela o ponto central da relação dos índios brasileiros com mata. Não é uma relação de exploração, de uso indiscriminado. É uma relação de respeito pela vida, uma relação de troca. O Curupira não se incomoda, por exemplo, com o "bons caçadores", aqueles que vão à caça para matar a fome. Os "maus", no entanto, que matam para se divertir, ou indiscriminadamente, fêmeas e filhotes, acabam caindo nas armadilhas do Curupira. Aliás, para os bons, ele nem aparece. E quem o viu, conta a lenda,  está correndo até hoje. Seu truque predileto é se transformar em caça, uma paca, um tatu, onça ou qualquer outro bicho que atraia os caçadores para o meio da floresta. E lá eles ficam, perdidos para sempre. Mesmo sabendo que matar animais ou abater árvores para a subsistência não é alvo da ira do Curupira, os índios entram na mata cheios de respeito  e termos. Eles costumam levar sempre presentes para agradar ao protetor da floresta, como fumo, comida, flechas e objetos que deixam nas trilhas. Essa relação dos índios com a natureza, estabelecida pela forma como eles compreendem o cosmos, contrasta com a visão judaico-cristã do mundo, onde o Deus criador é um ser parte, que construiu o universo e entregou-o ao homem para que usasse conforme os seus desejos. O homem é superior a tudo. Na visão da lenda indígena, Tupã continuou preocupado com aquilo que criou, impôs regras, estabeleceu limites para a sua utilização. Criou até seres que fiscalizam. Nesse caso, o homem é parte integrante da natureza, que deve se relacionar de igual para igual com o meio-ambiente.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

LENDAS INDÍGENAS II


O Açaí
Em tempos remotos, havia no local onde se erigiria, mais tarde, Belém do Pará, uma tribo que, devido à escassez de alimentos, vivia sempre em grandes dificuldades. E como a tribo aumentava dia a dia, o cacique Itaki reuniu sua gente, fazendo sentir a grande crise que adviria, caso continuasse a crescer demograficamente.
Resolveu, de comum acordo com os mais velhos guerreiros e curandeiros, sacrificar toda criança que nascesse a partir daquele dia. Talvez devido à tal medida, passaram-se muitas luas sem nenhuma nativa conceber. Porém, um dia, Iaçá, a filha do cacique Itaki, concebeu uma linda criança. Entretanto, não demorou muito para o Conselho Tribal se reunir e pedir o sacrifício da filha de Iaçá.
Seu pai, guerreiro de palavra, não hesitou em dar cumprimento à sua ordem. Ao saber da sorte de seu rebento, Iaçá implorou ao pai que poupasse a vida da filha, pois os campos estavam verdejantes e a caça não tardaria a abundar na região. O cacique Itaki, porém, manteve sua palavra e a criança foi sacrificada.
Iaçá enclausurou-se em sua tenda, ficando ali por quase dois dias de joelhos, rogando a Tupã que mostrasse a seu pai uma maneira pela qual não fosse preciso repetir o sacrifício de inocentes. Alta hora da noite, porém, ouviu Iaçá um choro de criança.
Aproximou-se da porta da tenda e, então, viu sua filha sorridente ao pé de uma esbelta palmeira. A princípio, ficou estática. Depois, em correria louca, lançou-se em direção à filha, abraçando-se a ela, mas deparou-se com a palmeira, pois, misteriosamente, a criança desaparecera.
Iaçá, inconsolável,chorou copiosamente até desfalecer.
No dia seguinte, o seu corpo foi encontrado ainda abraçado à palmeira. Estava morta, mas seu semblante risonho irradiava satisfação; ao mesmo tempo, seus grandes olhos negros, inertes, fitavam o alto da palmeira.
Itaki notou que a palmeira tinha um cacho de frutinhas pretas. Ordenou que fosse apanhado e amassado em um grande alguidar de madeira, obtendo, assim, um vinho avermelhado. Agradeceu a Tupã e, invertendo o nome da sua filha Iaçá, batizou o estranho vinho de Açaí, suspendendo em seguida, a limitação de seu povo.
E vieram os anos. O vinho vermelho veio a fortalecer gerações de guerreiros e caboclos. Belém tornou-se metrópole e, até hoje, seus habitantes tomam o vinho dessa palmeira nativa e se sentem fortalecidos graças às lágrimas de sangue da índia Iaçá.

LENDAS INDÍGENAS


A CRIAÇÃO DO SOL E DA LUA

(Índios do Amazonas)
                                                                                   

Baíra foi quem criou o Sol e a Lua.
O Sol é homem.A Lua é mulher.Baíra fez o membro do Sol da raiz da paxiúba.E fez da raiz do apuizeiro uma veia que pôs no sexo da Lua.Dessa veia saía sangue.E levou os dois para o céu.O Sol, porque é homem, sai de dia.A Lua, porque é mulher, sai de noite.Os homens, na terra, são como Sol.As mulheres são como a Lua.Foi Curt Nimuendaju em 1923, o primeiro a fazer contato com a tribo guerreira dos Parintintin e os descrevia da seguinte forma:-"Ao todo a maioria desses rostos é regularmente bonita com os seus traços firmes e a expressão agradável e inteligente. Havia fisionomias atrevidas, mas não ferozes e brutais. Nunca vi um Parintintin, francamente feio, e, em relação ao seu físico, esses índios pertencem aos mais simpáticos que conheço."Os Parintintim viviam entre o rio Madeira e seus afluentes, Marmelos e Machado e tornaram-se, na infância de nossa história, o flagelo da população civilizada. Nas suas correrias anuais, esses indígenas derramaram terror, morte, saque, incêndios no meio do civilizado. Esses, em contrapartida, em represália, sempre se comportavam pior que seus adversários selvagens. Foi, inclusive, pensado em exigir-se seu total extermínio. Açularam contra eles seus velhos inimigos, os Mundurucu, mas apesar de todas as estratagemas, a força guerreira dessa valente tribo não diminuiu. Foi então, cogitada a sua pacificação, que foi confiada a Curt Nimuendaju, então funcionário do S.P.I., que foi aliás, uma escolha acertadíssima. Entretanto, em 17 de janeiro de 1923, sem recursos para concluir seu trabalho, foi dispensado.Os índios Parintintin foram posteriormente conduzidos a "Três Casas", um seringal de propriedade de Manuel Sousa Lobo onde assentaram-se. Durante esse movimento foram acometidos de pneumonia e paludismo, ocorrendo inúmeras mortes.Os parintintin, segundo a sua mitologia, tratava-se de um povo tangido do litoral atlântico que embrenhou-se na Amazônia, em fuga à sanha dos conquistadores lusos, franceses e holandeses.Hoje, esse povo indígena, constituídos por apenas duas centenas de indivíduos, habitam duas reservas contíguas nos rios Ipixuna e Nove de Janeiro, afluentes do Rio Madeira nos municípios de Auxiliadora e Humaitá (AM). Vivem do abate de árvores, para o comércio de madeiras, comercializam castanhas, sacrificam os animais silvestres para as indústrias, sempre acompanhado no seu destino, de decepções e esperanças de um dia melhor, destino também do próprio Estado do Amazonas.Bonitos, guerreiros sensuais, libidinosos, românticos, inteligentes e irônicos, todos esses aspectos são comprovados quando se obtêm contato com seus mitos e lendas.Na lenda da origem do Sol e da Lua, é obtida uma visão simbólica do masculino/feminino. Sol e Lua, foram e ainda são, os adjetivos utilizados para denotar os pólos de uma unidade psicológica complexa. O Sol, por sua luz brilhante, estabelece uma relação perfeita com o princípio masculino, a razão. O masculino é censor, regulador, repressor, discriminador, racional, penetrante, organizador, valores que foram implantados e esculpidos pelas mãos de uma longa tradição coletiva. É o Sol que nos desperta da noite da inconsciência para a vida consciente.O Sol então, nada mais é do que um arquétipo que estabelece padrões básicos de comportamento humano, que embora não funcione de maneira exatamente igual à todas as pessoas, existem pelo menos indícios dos mesmos em cada ser humano.Já a Lua nos traz outros tipos de de valores que brotam do inconsciente, da natureza e do instinto. Esse astro, está associado a intuição, que não segue parâmetros lógicos. A Lua, como símbolo feminino é obscura, inexata, imprevisível, irregular, irracional, atemporal, valores que se manifestam via inconsciente, em sonhos, complexos, eventos espontâneos, anseios instintivos, e ainda através das inibições que se encerram nesses anseios.O Sol e a Lua, como homem e mulher, formariam o casal cósmico que agenciariam a mudança e transformação da vida, pois embora pareçam tão diferentes, são na verdade complementares e ao somarem-se é alcançado o equilíbrio.Toda a unilateralidade é perigosa. A consciência solar solitária, é um atributo fortemente negativo, pois pode assumir a forma ou a atitude de um tirano primitivo e com seus raios fustigantes de reprovação pode ressecar ou assassinar o ego. A consciência lunar também contém facetas malévolas. A Lua, tem suas fases e, na escura inflige um grande temor, pois nos causa uma alienação ou desagregação que nossa própria natureza, nos causando sintomas psicossomáticos e até mesmo enfermidades.Só a alternância da consciência SOL/LUA nos proporciona a totalidade, ou seja, é através do embate dessas polaridades no seio de nossa consciência, que somos forçados a encarar e admitir o mistério do que significa ser plenamente humano.Esses conceitos de "consciência solar" e "consciência lunar" são bastante conhecidos pela psicologia da atualidade, mas já eram percebidos e mencionados na mitologia indígena.Assim como o Sol e a Lua, o homem e a mulher encontram várias formas de se relacionar, sem desrespeitar suas diferenças. A aceitação das diferenças é a condição básica para um relacionamento criativo.



Texto pesquisado e desenvolvido porRosane Volpatto(www.rosanevolpatto.trd.br/lendas)

O QUE É VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


Enfrentar o problema da violência doméstica implica abordar a questão do sofrimento intenso que a acompanha, sempre disseminando no ambiente em que ela impera.
Andrade٦ já disse que o inverso da violência é sempre um "universo de dor" e é por isso que, aqui, o sentido que se vai dar a palavra deve sr amplo, de forma a abranger a dimensão de intensidade humana que a norteia a questão.
Conceitua a violência como "uma série de atos praticados de modo progressivo com o intuito de forçar o outro a abandonar o seu espaço constituído e a preservação da sua identidade como sujeito das relações econômicas, políticas, éticas, religiosa e eróticas... (FELIPE, 1996.p.25)
No ato de violência, há um sujeito que atua para abolir, determinante, os suportes dessa identidade, para alimentar no outro os movimentos do desejo da autonomia e da liberdade. O enfoque, portanto, é da violência como instrumento de controle do outro, com aparente a serviço da dominação. A violência no interior da família praticada por e contra seus membros aumenta a insegurança dos que são vitimas da mesma.
É forçoso reconhecer que na maioria absoluta dos casos de violência intrafamiliar, ainda é o homem que figura no pólo ativo da agressão. Quando a violência doméstica acontece e na maioria das vezes o agressor diz que o faz por negligencia nos trabalhos deveres domésticos, infidelidade, provocação, ciúmes da pessoa.
O agressor, na verdade, recorre a violência freqüentemente quando não está conseguindo cumprir o mandato social. Por isso não é de se estranhar que alguns fatores coadjuvantes do conflito sejam a pobreza, o desemprego e o alcoolismo.
As vítimas da violência domesticam convivem, na sua maioria, com uma realidade de absoluto desamparo. Precisão de ajuda para mudar um quadro familiar que se tornou para elas insuportável.
Na maioria dos casos de violência doméstica o agressor é o homem e ele que realiza esse ato por negligencia nos deveres domésticos por infidelidade, ciúmes, ou por conseguir manter a ordem familiar que contribuem para esse tipo de violência e a pobreza, o desemprego e o alcoolismo e a violência doméstica não é só violência física, mas a verbal, a psicológica e a sexual.
Enfim entende-se por violência doméstica não somente a agressão física, mas também a violência verbal, a tortura psicológica e também a violência sexual.
De acordo com Azevedo e Guerra (1995):
Todo ato ou omissão praticado por pais, perante os responsáveis contra crianças ou adolescentes que sendo capaz de acusar danos físicos, sexual ou psicológica à vítima - implica de um lado numa transgressão  do poder/ dever de proteção do adulto e, de outro, numa codificação da infância, isto é, numa negação do direito que crianças e adolescentes  têm de ser tratadas como sujeitos e pessoas em condição peculiar de desenvolvimento. (p. 26).
As pessoas violentadas têm grande tendência a depressão, a ansiedade, confusão mental e perda de memória. Perde também sua auto-estima e inconscientemente a vítima acha que esse tipo de violência faz parte da atitude da pessoa.

2.2.1 – OS TIPOS DE VIOLÊNCIA

Antes de focalizar as causas que levam a violência doméstica imprescindível de faz compreender e explicar as várias formas que a violência assume no cotidiano.
Essas diversas formas de violência ocorrem contra adultos, jovens e crianças.

2.2.2 – VIOLÊNCIA FÍSICA

A violência física é muito comum e freqüente na sociedade. Os danos causados pela mesma podem variar de lesões leves a conseqüências extremas como a morte.
Qualquer ação única ou repetida, não acidental (ou intencional) cometida por um agente agressor adulto (ou mais velho que o agente agredido) que provoque danos físicos na criança ou adolescentes é denominado violência física, ou seja, o uso da força física por parte dos pais ou repensáveis com o objeto intencional de ferir a criança ou adolescente é uma forma de abuso ou maus tratos.
Os tipos mais comuns em agressão física são: empurrar, bater, jogar objetos, ameaçar, usar facas ou armas.
A maioria das crianças que sofrem maus tratos apresenta alguns indicadores que podem ser úteis na identificação de um ato de violência. Apresentam lesões físicas tais como: hematomas, queimaduras, feridas, cortes, fraturas e outras.
Na comunidade médica os doutores Kempe e Silvermam (1977) definem Violência física como fenômeno de síndrome da criança espancada:
Esta síndrome se refere usualmente a criança de baixa idade que sofreram ferimentos inusitados, fraturas ósseas, queimaduras decorridas em épocas e sempre inadequada ou inconscientemente explicadas pelos pais. O diagnóstico tem que se basear em evidências radiológicas dos repetidos ferimentos. (p.40).
Kempe e Silvermam (1977), usavam a palavra síndrome na definição de violência física por serem médicos e este conceito é bastante restrito por que se atém mais à crianças de baixa idade, deixando de lado por exemplo, os adolescentes que também são agredidos no lar. Além disso, o conceito implica na ação de que existem ferimentos.
No enfoque dado pela sociologia Gil (1969) rotula o problema sobre o nome de abuso físico e Gelles (1979) define violência, destacando a questão do dano e da intencionalidade do ato. Embora a intencionalidade seja de difícil mensuração conforme o que aponta Gil, torna-se um aspecto importante na definição de fenômeno para ambos. Já o dano, resgatado nas duas definições, trás um espaço inovador no trabalho de Gelles, na medida em que ele considera que tal dano possa existir também através de imposição de medidas leves que atinjam o corpo da vítima, ou seja, em que haja uma dor leve.
Segundo a visão da psicologia retratada por Ochotorena (1988) violência física é toda e qualquer ação não acidental, por parte dos pais ou responsáveis que provoque dano físico ou enfermidade na criança.
Algumas famílias tentam resolver os seus conflitos usando o modelo autoritário, tendo como justificativa a correção e disciplina das crianças ou adolescentes com base na educação que recebera de seus pais.

2.2.3 – VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

Segundo a revista do Estatuto da Criança e do adolescente (2000), violência psicológica:
É o ato de rejeitar, isolar, aterrorizar, ignorar, corromper, depreciar, discriminar, desrespeitar e criar expectativas irreais ou exigir rendimentos escolares, intelectuais, esportivos ou interferir negativamente sobre a criança e o adolescente, induzindo-os a uma auto-imagem negativa e fraco desempenho ou estimulando na criança um padrão de comportamento destrutivo (p. 06).    
Este tipo de violência é uma das formas mais difíceis de identificar, pode estar presente não apenas na família, mas também em outros espaços de convivência da criança ou do adolescente.
A interferência do adulto sobre da criança produz um padrão de comportamento destrutivo. Quando não se reconhece o valor da criança, quando se impede a criança de ter amigos, quando se pratica agressões verbais contra a criança, quando não se estimula o crescimento intelectual da criança, quando se induz a criança à prostituição, ao uso de drogas, ao crime, está se cometendo um ato de violência psicológica, o qual pode trazer graves danos ao desenvolvimento psicológico, físico, sexual e social da criança.
Segundo o que diz esta revista, a criança ou o adolescente submetido a violência psicológica poderá apresentar os seguintes comportamentos, possibilitando assim sua detecção problemas de sono, baixo conceito de si próprio, abatimento profundo; tristezas, tendências suicidas; insegurança; comportamento de extremo de limites ou agressividade; problemas de aprendizagens.
A revista Nova Escola (nº 160 – Março, 2003, p. 16) no espaço SOS sala de aula, publicou uma matéria, "como detectar a violência doméstica". Nela está contida alguma dica para diagnosticar a violência psicológica na criança ou adolescente. Entre elas aparecem as que já foram citadas anteriormente e as seguintes: a criança poderá ter problemas para brincar com os colegas; ter medos exagerados e afastar-se das pessoas.

2.2.4 – VIOLÊNCIA SEXUAL

Para Azevedo e Guerra (1998), violência sexual:
É todo ato ou jogo sexual, relação hetero ou homossexual, entre um ou mais adultos e uma criança ou adolescente, tendo por finalidade estimular sexualmente essa criança ou adolescente ou utilizá-los para obter uma estimulação sexual sobre sua pessoa ou de outra pessoa, (p.05).  
O crescente número de casos de violência contra crianças e adolescentes leva-nos a deparar com uma triste realidade mundial que não escolhe classe social, raça e religião.
Qualquer criança e jovem pode ser vitima de tal ato. O diálogo franco sobre o tema, sem constrangimento e medo, é fundamental para esclarece re alertar sobre estes problemas é a melhor forma de prevenir a violência sexual.
As leis brasileiras classificam como ato de violência contra crianças e adolescentes e passiveis de punição: a palpação sem consentimento as caricia eróticas, o voyeurismo (observar a nudez de crianças e adultos sem ser percebido), ser obrigado a tocar e acariciar os genitais de um adulto, fotografar crianças em poses ou situações eróticas e um adulto sugerir a qualquer criança ou adolescentes situações que envolvam sexo ou estupro.
Quase sempre estas práticas sexuais são impostas as crianças ou adolescentes pela violência física, ameaças ou induções de sua vontade.
Este abuso varia de atos com contatos sexuais, com ou sem penetração e de atos sem contatos sexuais.
O abuso sexual pode ainda envolver situação de exploração sexual visando lucros, e ai temos como exemplo a prostituição e a pornografia.
É preciso lembrar que os abusos sexuais domésticos é um fenômeno que envolve medo, vergonha e culpa. Por isso mesmo é cercado pelo famoso complô de silencio, tão difícil de ser vencido. Por conseguinte, a ocorrência de abuso sexual doméstico deve ser geralmente intuída por profissionais a partir de uma cuidadosa analise de indicadores comportamentais.
Nenhum desses indicadores pode ser considerado definidor de abuso sexual doméstico. Cada um deles pode ser característica de desenvolvimento normal ou de outros fatores desencadeadores de problemas psicológicos. A suspeita aumenta quando vários sinais ocorrem juntos ou parecem inapropriados para a idade.
1 ) Uma criança que, por palavra, brincadeira ou desenhos sugere um conhecimento    sexual inapropriado a sua idade;
2 ) Uma criança com uma preocupação excessiva co questões sexuais e um conhecimento precoce de comportamento sexual adulto; que é sexualmente provocante  com adultos...
3 ) Uma criança mais velha que se conduz de um modo sexualmente precoce, comportando-se de uma forma  que a isola de seu grupo de colegas e atrai comportamento crítico ou sedutor por parte dos adultos;
4 ) Pedidos de informações sobre contracepções não são raros em crianças sexualmente abusadas e pode ser um grito de ajuda.
Segundo dados Associação Brasileira de Proteção a Infância e a Adolescência (ABRAPIA) o agressor ou modelador sexual, na maioria dos casos de violência sexual, é alguém da própria família ou de confiança do jovem. Por isso, as vezes a vítima tem dificuldade de delatar o molestador por vergonha, achar-se culpado e cúmplice e de serem julgados moralmente.

2.3 – CAUSAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência doméstica está presente em todas as classes sociais e Segundo Cemim Arneide (org, 2001 p. 66), tem se apresentado na maioria dos casos, em famílias pertencentes a classe social de menor renda. Essa violência segundo Azevedo Guerra (1989 e 1990), decorre de uma forma de lidar com a desigualdade na qual as diferenças são transformadas ou em relação entre superiores e inferiores ou onde o mais fraco é tratado enquanto coisa.
Nas famílias nas quais existe violência física, as relações do agressor com os filhos vítimas se caracterizam por ser uma relação sujeito objeto: os filhos devem satisfazer as necessidades dos pais, passa sobre eles uma expectativa de desempenho superior às suas capacidades, são vistos como pessoas criadoras de problemas, a disciplina física é sempre enfatizada como um método adequado de educação.
A família é o palco onde ocorre o processo de individualização de seus membros processo esse que ameaça a própria tentativa de unidade coletiva dos mencionados membros, segundo Bruschini (1993 p. 77). A forma de lidar com essas tenções e conflitos surgidos no ceio familiar, pode variar de modelos autoritários e intolerantes a modelos democráticos e de valorização de crises.
Segundo Miller (1990),
Os jornais estão constantemente nos dizendo que tem sido provado estatisticamente que a maioria das pessoas que agridem fisicamente seus filhos, foram elas mesmas agredidas em sua própria infância. Esta informação não é totalmente correta: não deveria ser a maioria mais todas. Qualquer pessoas que agride seu filho, foi ela mesma severamente traumatizada em sua infância de alguma forma. Esta afirmativa se aplica, sem exceção, uma vez que é absolutamente impossível que uma pessoa educada num ambiente de honestidade, de respeito, de afeto venha atormentar um ser mais fraco de tal forma que lhe inflija um dano permanente. Ela aprendeu bem cedo que é correto e adequado dar às crianças proteção e orientação porque são pequeninas e indefesas, sendo que este conhecimento armazenado em estágio parece em sua mente e em seu corpo, permanecerá efetivo para o resto de sua vida.(p. 99).                
Quando o modelo autoritário é privilegiado, geralmente o mais fraco é silenciado e oprimido, ficando assim submetido e, portanto, dominado pelo autoritarismo do mais forte.     
Nesse caso, como não há um referencial democrático para se lidar com as diferenças e conflitos, a família relembra o modo como foi criada (educada) e retoma as experiências vividas que geralmente não condizem com a realidade que está sendo vivenciada utilizando-as sem reservas podendo as mencionadas experiências trazer graves problemas à situação presente a ser resolvida, principalmente se nesse passado a criança foi violentada ou se se o modelo de educação era aquele em que o castigo e a punição eram elementos essenciais para a correção de um filho.
Por outro lado o uso de drogas também gera violência doméstica principalmente contra o sexo feminino por ser considerado mais fraco, e os do sexo masculino muitas vezes por superarem essa pessoa em força física são menos violentadas.
O desemprego também é considerado como um enorme causador da violência entre as famílias, afinal é a família onde as pessoas procuram suporte afetivo, emocional, e devido a esse fator as famílias não encontram estabilidade gerando assim conflitos.

2.4 – AS CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A violência doméstica, sendo ela, física, psicológica ou sexual, poderá acarretar várias conseqüências ao longo da vida de quem a sofre.
Grevem (1992), afirma.
Sentimentos gerados pela dor decorrente das agressões física de adultos contra criança são na maioria das vezes reprimidos, esquecidos, negados, mas eles nunca desaparecem. Tudo permanece gravado no mais intimo do ser e os efeitos da punição permeiam nossa vida, nossos pensamentos, nossa cultura. (p. 52)
Segundo o livro a Violência Doméstica na Infância e na Adolescência de Azevedo e Guerra a violência poderá causar grandes conseqüências podem ser de ordem psicológica, dependendo do tipo de violência sofrido pela vítima.

2.4.1 – VIOLÊNCIA FÍSICA

Esse tipo de violência poderá causar conseqüências tanto orgânicas quanto psicológicas. As orgânicas implicam em seqüelas provenientes de lesões abdominais, oculares, de fratura de membros superiores, inferiores ou crânio, de queimaduras, etc, enfim que poderão causar invalidez permanente ou temporária. Em casos extremos esse tipo de violência pode levar a morte recebendo o nome de violência fatal.
As conseqüências de natureza psicológicas são inúmeras, citaremos algumas:
Sentimento de raiva, de medo enquanto ao agressor, quadro de dificuldades escolares; dificuldades quanto a confiar nos outros, autoritarismo Grevem, em seu trabalho, inúmeras conseqüências deste fenômeno, mencionado entre elas, o autoritarismo, dizendo que ele tem representado uma das conseqüências mais difusa e residente da punição física, criando a paradoxal subserviência para com autoridade e rebelião contra ela – o que freqüentemente é uma marca das personalidades autoritárias.

 2.4.2 – VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

 A violência psicológica não trás somente seqüelas físicas, mas afeta principalmente o desenvolvimento psicológico, emocional, social e cognitivo da vítima. Essas conseqüências podem ser as seguintes: obesidade, afecções da pele, distúrbio do sono, dificuldades na fala, comportamento infantil, depressão, destruição da auto-estima, dificuldade de socialização (fazer amizades, expressar-se em público), distúrbios de aprendizagens.

2.4.3 – VIOLÊNCIA SEXUAL

Nesse tipo de violência geralmente as vítimas são preferencialmente mulheres e os agressores são homens, embora em pequeno número, há vitimas do sexo masculino, pois segundo Azevedo e Guerra (1993): "o tipo mais freqüente é o incesto pai-filho, por isso mesmo, conhecido como ordinário" (p. 56). 
A grande maioria dos agressores é considerada pessoas "normais" tendo assim uma pequena minoria que sofrem distúrbios psiquiátricos.
A violência sexual apresenta vítimas de 0 -18 anos, a idade mais freqüente varia de 8 – 12 anos. Algumas vítimas desse tipo de violência  poderá a curto ou a longo prazo, chegar a gravidez precoce, ou ao suicídio.
Trata-se, portanto, de um fenômeno intergeracional, isto é, envolve gerações diferentes (adultos, versus crianças ou adolescentes), bem como envolve relações assimétricas de poder. O adulto tem – nas sociedades humanas geralmente adultocêntricas – mais poder que crianças ou adolescentes.
A violência sexual poderá também afetar o psicológico da vítima, implicando em problemas de ordem emocional e social ao longo de sua vida.
4.2 – RECOMENDAÇÕES FINAIS
É importante lembrar que o profissional em educação deve estar sempre alerta, observando as atitudes, o comportamento e o relacionamento de seu aluno como os demais colegas. Ao perceber alguma mudança em suas atitudes, e também dificuldade na aprendizagem é necessário que o mesmo tenha diálogo com esse aluno em busca de informações que permitam diálogo com a família e se necessário for buscar auxilio junto a profissionais de apoio psicológico, se preciso for levar o caso ao conhecimento do Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente.
É importante não só conhecer o caso, mas também, tentar solucioná-los, pois o papel da escola não é somente transmitir conhecimento, mas contribuir para a formação do cidadão.


quinta-feira, 28 de julho de 2011

Professores Guerreiros


SOU UM PROFESSOR QUE PENSA...
Pensa em sair correndo toda vez que é convocado para uma reunião, que certamente o responsabilizará mais uma vez, pelo insucesso do aluno.
SOU UM PROFESSOR QUE LUTA...
Luta dentro da sala de aula, com os alunos, para que eles não matem uns aos outros.
Que luta contra seus próprios princípios de educação, ética e moral.
SOU UM PROFESSOR QUE COMPREENDE....
Compreende que não vale a pena lutar contra as regras do sistema, ele é sempre o lado mais forte.
SOU UM PROFESSOR QUE CRITICA...
Critica a si mesmo por estar fazendo o papel de vários outros profissionais como: psicólogo, médico,assistente social, mas não consegue fazer o próprio papel que é o de ensinar.
SOU UM PROFESSOR QUE TEM ESPERANÇA,

E espera que a qualquer momento chegue um "estranho" que nunca entrou em uma sala de aula,impondo o modo de ensinar e avaliar.
SOU UM PROFESSOR QUE SONHA...
SONHA COM UM ALUNO INTERESSADO,
SONHA COM PAIS RESPONSÁVEIS,
SONHA COM UM SALÁRIO MELHOR, UM MUNDO MELHOR.
ENFIM, SOU UM PROFESSOR QUE REPRESENTA...
Representa a classe mais desprestigiada e discriminada, e que é incentivada a trabalhar só pelo amor à profissão.
Representa um palhaço para os alunos.
Representa o fantoche nas mãos do sistema concordando com as falsas metodologias de ensino.
E esse professor, que não sou eu mesmo, mas é uma outra pessoa, representa tão bem, que só não trabalha como ator, porque já é PROFESSOR e não dá para conciliar as duas coisas.

O Brasil tem dinheiro para os 'POLÍTICOS', e a 'GORJETA' fica com os PROFESSORES. VERGONHA!


Em notícia divulgada pelo "PORTAL G1", nos primeiros cinco meses de trabalho deste ano de 2011, os "notáveis gastadores" senadores da República do Brasil, deram fim em R$ 19,4 milhões de reais, referente à verba indenizatória, sendo a cota mensal disponível para cada senador com o objetivo de "custear" as atividades relacionadas do FAMIGERADO mandato. Pior do que saber isso é a informação de que a FORTUNA envolvida foi destinada ao pagamento de dispesas que inclui gastos com TELEFONIAALIMENTAÇÃODIVULGAÇÃO DA ATIVIDADE PARLAMENTAR e DESLOCAMENTO. E a nédia desses gastos ficou na ordem de R$ 51 mil reais, entre os 76 dos 81 senadores do Congresso Nacional, somando a "bagatela" de R$ 3,8 milhões de reais mensais em gastos, além da remuneração que todos têm pelo exercício do mandato. Não é muita gentileza do Brasil para com esses ilustres GASTADORES?!

Enquanto isso, a ilustre presidente, que mais parece uma "PINÓQUIA", pois, em campanha, disse que ia "VALORIZAR" os professores, coisa que o seu antecessor não fez, ainda não mostrou efetivamente qual seria essa tal "VALORIZAÇLÃO" dos profissionais da educação. Escondida em Brasília, em seu  suntuoso gabinete, ou aceitando convite do (des)governador do Rio de Janeiro, Sérgio "Do Mal", para "passear de teleférico"no Rio de Janeiro, sem ter muito o que fazer, Dilma Rousseff parece que vai permanecer na mesma linha dos "POLÍTICOS MENTIROSOS" que a antecederam. Talvez, a nobre presidente queira apenas que os alunos brasileiros participem de "Olimpíada de Matemática", para ganharem medalhas, e, quando crescerem e constituírem famílias, esses inteligentes alunos utilizem toda a capacidade para administrarem os PARCOS recursos, e assim, possam CALCULAR qual será a medida certa para a POUCAalimentação que sua família terá durante os meses do ano. Por outro lado, ministros, acompanhados de "QUADRILHAS", governo federal, superfaturam obras, desviam dinheiro, enriquecem suas famílias, e o POVO BRASILEIRO paga a conta.

Não é à toa que muitos políticos nem pensam em trabalhar em suas profissões, quando se formam, claro. Assim, entendemos claramente o motivo do então deputado estadualJanio Mendes (PDT) em não atuar na advocacia; do incompetente prefeito de Cabo Frio, Marcos Mendes (PSDB), "xará" em sobrenome do primeiro, e que"abandonou" a medicina, igualmente ao seu irmão Carlos Victor"dublê" de médico, e que faz atendimento somente quando está em época eleitoral; do deputado federal Dr. Paulo César (PR), que prefere gastar com combustíveis em "viagens à lua"; ou até mesmo do ilustre vereador Silvan Escapini, na foto ao lado (PSC ou sem paretido, já que nem fidalidade partidária consegue cumprir), que já declarou NÃO GOSTAR DE FILHO DE DOUTOR (disse na tribuna que "filho de doutor não conseguiria subir as escadas da câmara como vereador") - declaração ridícula ao extremo. Não sei qual é a formação profissional do referido vereador (o "site" da Câmara está com defeito), mas, ao que tudo indica, o vereador tem o pensamento de todo cidadão NÃO ESTUDE e que sejaCANDIDATO POLÍTICO a vida INTEIRA. Afinal, é bem mais fácil"ENGANAR O POVO" pedindo votos em CAMPANHA POLÍTICA  do que terminar os estudos no ensino médio e depois ingressar em um Curso de Nível Superior para conseguir uma boa formação acadêmica, não somente para si próprio, mas para a família, para o bairro e o município onde mora e poderá exercer o seu trabalho profissional.

De certo, não resta outra alternativa aos "GUERREIROS PROFESSORES", classe injustiçada e que enfrenta a COVARDIA dos POLÍTICOS MENTIROSOS e"APROVEITADORES", que não seja CONTINUAR na"BATALHA" em busca dos seusVERDADEIROS DIREITOS, para trabalharem com DIGNIDADE. Sei que enfrentar essaINDIGNIDADE de POLÍTICOSque sequer sabem utilizar a tribuna de uma casa legislativa sem ofender o nosso idioma. E ainda, responder ao vereador Luis Geraldo (PPS), que mesmo sendo dentista, demonstra ter pouca cultura, ao ofender uma classe de profissionais (Camareira), que é INFINITAMENTE mais trabalhadora do que a dele, político. Para a CORJA de POLÍTICOS INCULTOS e que mostram a sua INCOMPETÊNCIA descaradamente, gastando dinheiro público sem sentido, só me resta dizer: ESTUDEM OU VOLTEM PARA A ESCOLA!

"PROFESSOR, UMA PROFISSÃO! EDUCADOR, A MAIS NOBRE DE TODAS AS MISSÕES!" (Antonio Gomes Lacerda; bacharel em física, São Paulo)

"É difícil mudar, mas compensa"



Se você acha que é difícil mudar a maneira de avaliar, veja como a consultora Jussara Hoffmann responde às principais dúvidas dos professores. 

É possível alterar o paradigma da avaliação diante das exigências burocráticas do sistema? Não é melhor começar por alterá-las? 
As exigências maiores do sistema são justamente uma avaliação contínua, o privilégio aos aspectos qualitativos e aos regimes não seriados. É isso o que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. No entanto, não são os estatutos que levam o professor a tomar consciência do significado de qualquer mudança. 

O professor não acaba responsabilizado pelo fracasso de alunos desinteressados e desatentos? 
O professor não deve ser responsável pelos alunos, mas comprometido com a aprendizagem. Isso ele só faz se estiver atento nas respostas, nas dificuldades e nos interesses de cada um, não se baseando na média do grupo. 

Como é possível alterar a prática considerando a existência de classes numerosas e o reduzido tempo do educador com as turmas
Por meio de experiências educativas em que os alunos interajam. Isso inclui sistemas de monitorias, trabalhos em duplas ou em grupos diversificados. Durante as atividades coletivas, ele circula, insiste na participação de um e de outro. Se a experiência interativa for significativa, o reflexo será percebido nas atividades individuais. O que ele não pode é querer dar uma aula particular a cada um dos 40 alunos. 

Um professor desenvolveu um conteúdo e 70% dos alunos aprenderam. Se continuar trabalhando com os 30% restantes ele vai atrasar a maioria? Não! Se o professor organizar uma atividade suficientemente rica e desafiadora, os 70% estarão sempre evoluindo e ampliando conhecimentos, enquanto os demais poderão construir o entendimento. 

Em que medida é possível formar alunos competentes sem uma prática avaliativa exigente e classificatória, isto é, competitiva? 
O modelo que vem pautando a escola é o do vestibular, que exacerba a competitividade entre os alunos. Esse modelo só favorece dois ou três numa sala de aula, porque todos os outros são "menos" que esses. A formação de um profissional competente está atrelada à autonomia moral, ao desenvolvimento intelectual, a uma auto-estima elevada. E a competição na escola não favorece isso. 

Dá certo substituir as notas por relatórios ou pareceres? 
Respondo com outra pergunta. Dá certo relatar a aprendizagem de um aluno por meio de números? Eles são subjetivos e genéricos e não refletem com precisão muitas situações de aprendizagem que ficam claras em pareceres (leia o texto ao lado). Considero a avaliação o acompanhamento do processo de construção de conhecimento. E as médias não permitem isso.



Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/planejamento-e-avaliacao/avaliacao/avaliar-ensinar-melhor-424538.shtml